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Arquitetos: António Costa Lima Arquitectos
- Área: 850 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Francisco Nogueira
Descrição enviada pela equipe de projeto. A demolição do armazém preexistente e a construção deste novo edifício num plano recuado para Nascente permite pôr a descoberto um troço do aqueduto das Águas Livres, designado Galeria da Esperança. Esta iniciativa revela a salvaguarda urgente que este monumento carece no seu traçado paralelo à Rua de São Bento, encontrando-se afundado na encosta sob um sem número de edifícios.
Por outro lado, propõe uma morfologia evolutiva perante a envolvente, constituindo uma resposta formal à leitura de síntese do quarteirão. Assume-se como o seu fecho e transição para o vazio dado pela diferença de cota da praceta face ao aqueduto e aos logradouros amplos dos terrenos vizinhos a Poente, implantados numa cota muito inferior, cerca de 10m abaixo do nível da rua.
Nesse sentido, é desenhada uma solução de fachada (do lado da Travessa do Noronha) que visa a desmassificação gradual no sentido Poente, deixando transparecer o esqueleto estrutural, até que fique a nu na esquina Sudoeste, onde está a fiada vertical de terraços, já numa imagem analógica às estruturas metálicas que povoam de varandas os interiores dos quarteirões em Lisboa. Esta solução empresta ainda uma leveza que se enquadra no ambiente paisagístico natural do lado oeste do edifício.
Do lado Nascente, junto ao vizinho, a fachada aproxima-se mais do desenho tradicional dos vãos de proporção vertical numa métrica rígida e numa relação de alinhamento com as janelas tipo água-furtada da cobertura. Os próprios materiais escolhidos, seja a telha cerâmica (de aba e canudo à cor natural) como o revestimento da fachada em argamassa de cal com pigmento branco/creme incluem-se na paleta de materiais da envolvente.
Resulta um edifício de 5 pisos e uma cave que contém 5 apartamentos de habitação com uma organização espacial interior bastante idêntica.